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domingo, 5 de julho de 2015

Conflitos

A região do Oriente Médio é uma das áreas mais conflituosas do mundo. Diversos fatores contribuem para isso, entre eles: a sua própria história; origem dos conflitos entre árabes, israelenses e palestinos; a posição geográfica, no contato entre três continentes; suas condições naturais, pois a maior parte dos países ali localizados é dependente de água de países vizinhos; a presença de recursos estratégicos no subsolo, caso específico do petróleo; posição no contexto geopolítico mundial.


As fronteiras das novas nações, definidas de acordo com interesses europeus, não consideraram a história e as tradições locais, consequentemente vários conflitos ocorreram e continuam ocorrendo no Oriente Médio.
Os novos Estados árabes – Iraque, Kuwait, Síria, Líbano, Jordânia – brigaram por recursos naturais e território. O conflito mais grave ocorreu na Palestina, para onde, até o fim da Segunda Guerra, havia migrado meio milhão de judeus. Quando foi criado o Estado de Israel, cinco países árabes atacaram, na primeira das seis guerras entre árabes e israelenses.

Observação (Atualmente é o petróleo, os governos colocam as diferentes etnias em conflito ou alegam que os países mantem atividades nucleares (Iraque) para invadir e dominar o Petróleo. 
Israel não tem riqueza mas serve de base para gerar conflitos nas regiões vizinhas. E um país em guerra almeja fabricar armas potentes para se defender. O motivo das guerras é sempre político, mas colocam religião no meio para justificar.)

Qualquer análise pontual no Oriente Médio pode cair na superficialidade se considerada de maneira isolada da totalidade. As políticas que agitam o mundo árabe com cenários de destruição e massacre estão combinadas e tem objetivo estratégico do agente estadunidense. O mundo vem assistindo sentado a um espetáculo de extermínio dirigido pelos Estados Unidos e seus tradicionais aliados.

Conflitos no Oriente Médio: políticas isoladas ou estratégia combinada?
"Recente divulgação de documentos do wikileaks comprova relação dos estadunidenses e seus principais aliados no oriente médio, como Arábia Saudita, Qatar e Israel, com o armamento e alocação de lideranças do Estado Islâmico (ISIS)"
Qualquer análise pontual no Oriente Médio pode cair na superficialidade se considerada de maneira isolada da totalidade. As políticas que agitam o mundo árabe com cenários de destruição e massacre estão combinadas e tem objetivo estratégico do agente estadunidense. O mundo vem assistindo sentado a um espetáculo de extermínio dirigido pelos Estados Unidos e seus tradicionais aliados.
Ucrânia, Síria, Líbia, Líbano, Iraque e Palestina
Desde os primeiros dias de julho deste ano Israel, armado e financiado pelos Estados Unidos, vem bombardeado a Faixa de Gaza demarcando um dos mais brutais genocídios promovidos pelos países desde o início da ocupação militar de Israel na Palestina. Já são 2300 mártires, dentre eles crianças, adolescentes e mulheres que foram silenciados em seu grito por vida.
A Síria enfrenta, desde 2011, um demarcado extermínio promovido pelo governo de Bashar Al-Assad e também por sua oposição, caracterizada pelos mercenários apoiados pelos Estados Unidos.
Também em julho deste ano o conflito no Iraque se acirra com o fortalecimento do grupo jihadista sunita Isis (Estado Islâmico da Síria e do Iraque), fundado como resistência armada à ocupação militar dos Estados Unidos no Iraque. Com o fim da invasão, o principal alvo passou a ser os xiitas que, segundo eles, tornaram-se porta-vozes do Ocidente ao levarem a cabo o acordo de Sykes-Picot[1], acordo entre França e Inglaterra após a Primeira Guerra Mundial que delimitou a fronteira comum entre Síria e Iraque. O objetivo dos fundamentalistas é reconfigurar o território no formato que antecede ao tratado colonialista e estabelecer um califado na região. O grupo avançou conquistando territórios primeiramente na Síria; depois, em julho, tomou cidades no Iraque e em agosto ocupou parte do Líbano.
Recente divulgação de documentos do wikileaks[2] comprova relação dos estadunidenses e seus principais aliados no oriente médio, como Arábia Saudita, Qatar e Israel, com o armamento e alocação de lideranças do Estado Islâmico (Isis), que realiza uma resistência armada em oposição aos governos sírio e iraquiano e já massacrou brutalmente milhares de pessoas. As últimas notícias do Iraque reportam as dezenas de milhares de refugiados em função do avanço do grupo jihadista e o número de mulheres vendidas como escravas em mercados e mantidas em cativeiros pelo grupo, onde são estupradas e violentadas de tantas outras formas.

No Iraque, a manobra dos EUA se realiza de maneira complexa. A saber, o país é composto por cerca de 70% da população xiita, de forte minoria sunita e de curdos que, desde a década de 1960, lutam pela independência do Curdistão. Como forma de gerar certo grau de estabilidade política, os Estados Unidos garantem que lideranças xiitas que prometam levar à frente sua cartilha de “democracia” e “governo amplo” ocupem o cargo de primeiro-ministro, reservando a presidência para seus tradicionais aliados, os curdos (importantes apoiadores da invasão do Iraque em 2003). Dessa forma, os EUA traçam um jogo de interesses peculiar para o cenário político internacional ao manipular taticamente os três grupos antagônicos do Iraque: curdos, sunitas e xiitas. Como objetivo estratégico, o clássico jargão de “dividir para conquistar” segue funcionando para o imperialismo e a perspectiva de uma “intervenção e controle humanitário” da estimada segunda maior reserva de petróleo do mundo faz-se justificada.
Estados Unidos
O jogo de dupla moral realizado pelos EUA consiste em uma brutal limpeza étnica da região onde o país tem profundos interesses financeiros, tendo em vista que todos os países-alvos do imperialismo são fontes de hidrocarbonetos com investimento de grandes empresas de petróleo ou mesmo que abrigam rota estratégica de circulação de capital.
Em um contexto mundial de disputa ideológica demarcada pela Guerra Fria, a religião foi um recurso estrategicamente utilizado em especial no Oriente Médio durante as décadas de 1960 e 70. A ascensão de movimentos pan-arabista seculares com orientação de esquerda, como o Nasserismo, significou uma grande ameaça ao controle dos Estados Unidos da região rica do ouro moderno: o petróleo. Os movimentos levantavam a bandeira nacionalista de restringir o petróleo do Oriente Médio para seus próprios propósitos regionais. Diante disso, a solução pareceu óbvia para os imperialistas: fundar e financiar grupos religiosos fundamentalistas na religião como forma de conter os “desvios” à esquerda. O plano pareceu funcionar perfeitamente quando, depois dos anos 1970, a mudança em nível global das condições sociais e econômicas, combinadas ao desmantelamento de estados que corporificavam tendências progressistas, passaram a configurar um vácuo político. Foi criado, portanto, o terreno fértil para a ascensão da religião, recurso ideológico à altura de corresponder ao ressentimento em massa que se criava e capaz de elevar à transcendência o debate de seus argumentos irrefutáveis.
"O genocídio ocorrido em Gaza faz parte do projeto de busca por recursos de petróleo, mas com peso político fundamental para centrar atenções em seu mais forte aliado do oriente, Israel, que rouba a cena em atrocidades que lograram furar o bloqueio midiático"
A estratégia estadunidense de fomento desses grupos fundamentalistas, apoiando inclusive o Talibã a chegar ao poder no Afeganistão em 1996, guarda suas próprias contradições reveladas ao passo que os fundamentalistas se tornam também canal de resistência contra o imperialismo estadunidense. Após o “ataque de 11 de setembro” esses grupos são declarados oficialmente inimigos dos EUA e verbalizados como terroristas. Apesar disso, foram mantidos os financiamentos e armamentos enviados aos grupos do “eixo do mal” pelo país[3], sustentando conflitos internos, com o controle de sua intensidade e duração, e forjando desculpas para invasões “humanitárias”.
A subsequente invasão dos Estados Unidos no Iraque em 2003 demarca a origem de grupos de resistência. Como dissidência do Al-Qaeda, surge o Isis, grupo sunita jihadista. Nesse momento, passou a ser interessante para os Estados Unidos armar o Isis na oposição do governo sírio, fortemente articulado com a Rússia, e na contenção de grupos mais radicais xiitas no Iraque, que passaram a fazer oposição ao governo iraquiano, também xiita, por sua política “branda” na contenção da minoria sunita.  A saída das tropas do Iraque em 2011 foi política e economicamente pensada pelo país: com a crise financeira que os Estados Unidos vinham enfrentando e como perfeita plataforma política de diferenciação, a campanha do Obama foi alavancada pela promessa de fim da guerra no Iraque. A retirada oficial, entretanto, não significou o fim da intervenção do país, que segue nomeando os líderes políticos xiitas da estrutura de poder iraquiana, ao passo que armam e organizam[4] os jihadistas do Isis, da minoria sunita e apoiam as bandeiras e exército Peshmerga dos curdos, como confirmada há poucas semanas pelo Departamento de Estado norte-americano[5].
Para fechar o ciclo de contradições políticas, nesta semana o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou em pronunciamento que “Hamas é Isis. Isis é Hamas”. Não bastasse terem encontrado armas com munição de Israel nas mãos do Isis recentemente e o comprovado financiamento dos Estados Unidos e de Israel ao grupo, o primeiro-ministro ainda promove descaradamente a cruel associação entre os grupos. A resistência palestina, por outro lado, se posiciona contrariamente ao grupo desde sua maior visibilidade na oposição ao governo sírio. Membros da Frente Popular de Libertação da Palestina inclusive não hesitaram em identificar similaridades do grupo com a ideologia sionista: “ambas promovem extermínio étnico e religioso e ambas estão a serviço do imperialismo”, afirmou o militante Farid.
O que os EUA querem então?
A última escalada de ações do país alcançou um nível esquizofrênico: armou o Isis; bombardeou o Isis quando chegavam ao limite fronteiriço do Curdistão; armou os Peshmergas (exército curdo); trocou o primeiro-ministro xiita; discordou do referendo de independência do Curdistão. Documentos divulgados esta semana pelo WikiLeaks provaram a relação entre o líder do Isis, Abu Bakr al-Baghdadi, e o Mossad (serviço secreto israelenses) e a CIA[6]. Os documentos apontaram o líder como fantoche do imperialismo. Poucos dias depois, o Serviço Aéreo Especial do Exército Britânico (SAS) e as unidades de missões especial e antiterroristas dos EUA (Seal Tem e Delta Force) declararam estar treinando soldados para um duro golpe contra o Isis com o “objetivo prioritário de capturar o líder da organização, o Baghdadi”[7]. Essa política de “bate e assopra” tem por perspectiva política livrar-se de culpas e funcionar como catalisador do já latente conflito étnico e religioso da região. O que podemos tirar como certeza da situação neste momento é que no centro dos interesses financeiros de grandes corporações, seres humanos são o que menos importa e já são corriqueiramente chamados de “danos colaterais” pelos estados genocidas estadunidenses e israelenses.
O risco para o Iraque é de terminar fragmentado em três partes. Apesar dos pronunciamentos públicos recentes dos EUA argumentarem que sua política é “prioritariamente para manter o Iraque unido”, sabemos que no fim de 2007 foi votado favoravelmente no Congresso norte americano a proposta de fragmentação do Iraque em três territórios[8]. Dividido ou não, definitivamente será garantido o resguardo da região curda, rica em petróleo e que mantém acordos bilionários do recurso com Israel, além da nova rota de trânsito de petróleo definida em junho deste ano. Além disso, a lealdade entre Curdistão e Estados Unidos, estendida também a Israel, que teve início com a aliança contra Saddam Husseim, faz com que a região esteja fortemente vinculada com esses países como estratégia política de sua luta pela independência, declaradamente apoiada pelo premier israelense e pelos Estados Unidos.
Com um olhar mais atento, é possível notar que a preocupação com o avanço do Isis ao território curdo embasa também um dos fatores de motivação do atual bombardeio genocida em Gaza. Em dezembro de 2010 foi descoberto o então revelado “mais proeminente terreno de gás natural já encontrado na Bacia do Leste Mediterrâneo” e estaria localizado “nas costas de Israel”, impulsionando o país a se tornar um grande exportador de gás e petróleo[9]. A estimativa de 1,7 bilhão de barris abriu os olhos de muitos países, em especial aqueles que estão na disputa de reivindicar sua parte em termos de abrangência em território marítimo. Israel e Líbano, que oficialmente permanecem em guerra, já começaram a trocar faíscas na disputa da reserva. A Síria já fechou contratos prévios com a Rússia para a exploração dos recursos, o que preocupa os Estados Unidos em seu apoio indiscriminado a Israel para que mantenham o controle do petróleo e gás do Oriente Médio. Os 30 trilhões de metros cúbicos de gás serviriam para abalar o controle majoritário da exportação russa na Europa. O problema é que, como demonstra o mapa abaixo, as bases encontradas estão situadas na região correspondente a Gaza. Algumas teorias defendem[10], inclusive, que mesmo o genocídio de Israel contra Gaza em 2008, “Operação Chumbo Fundido”, e o recente bombardeio serve como reafirmação que as ofensivas são de guerras energéticas. Embora a questão não se reduza a isso, dentre os inúmeros fatores, esse certamente é um deles.
Dentre especulações ainda não confirmadas, sonda-se inclusive que Israel iniciou um plano sionista de compra de terras no Curdistão com o objetivo de implementar um novo tipo de ocupação militar com o apoio dos curdos judeus. Se a especulação se confirmar, fará bastante sentido já, uma vez que a região será estratégica para Israel na exploração e no escoamento dos hidrocarbonetos da Bacia Leviathan.
Já a Ucrânia, em conflito desde 2013 com os protestos regulares de oposição ao governo que ganharam um caráter fascista preocupante, também é peça importante nos planos dos Estados Unidos de afastar a Rússia do cenário político e econômico abrindo espaço para suas intervenções de protagonismo no Oriente Médio. O genocídio ocorrido em Gaza faz parte do projeto de busca por recursos de petróleo, mas com peso político fundamental para centrar atenções em seu mais forte aliado do Oriente, Israel, que rouba a cena em atrocidades que lograram furar o bloqueio midiático. Imagens de crianças mutiladas pelo estado sionista israelense sensibilizaram a opinião pública de forma a incentivar julgamentos contrários à ação e ganhando centralidade no tema midiático do Oriente Médio. O genocídio de Israel contra a Palestina sempre dividiu a opinião pública de forma desproporcional devido aos escandalosos investimentos em propaganda midiática contra a Palestina que mobilizam o holocausto como carta na manga para acusar qualquer um em desacordo com a política de Israel de “anti-semita”. O conflito que perdura por mais de 65 anos é apenas atualizado pelo brutal extermínio atual, abafando a repercussão das políticas articuladas no entorno por todo o mundo árabe.
A tática dos Estados Unidos, combinada à tática do estado sionista de Israel, faz o jogo de destruição sem sujar as mãos: armam grupos inimigos do Oriente Médio, falsificam lideranças e assistem de longe aos massacres levarem à frente seus planos de dominação. Contudo, revoltas são multifacetadas e seus objetivos seguem sendo próprios e autônomos, apesar da intervenção imperialista. É aí que se faz necessário uma intervenção oficial do mais avançado armamento do mundo. A novidade agora é esse distanciamento dos americanos, que fazem do mundo árabe seu vídeo game particular tomando a distância necessária para ações friamente calculadas, cada vez mais marcados por ataques aéreos e bombardeios, especialmente através do uso de “drones” (aviões automatizados controlados diretamente dos EUA). A guerra passa a ser um cálculo que dá certo sem mãos sujas de sangue.
Poderíamos analisar a questão em torno do Oriente Médio através de um enfoque em conflitos que giram em torno do petróleo. Seríamos, entretanto, levianos se o fizéssemos. A questão central e radical, no sentido daquilo que vai à raiz, não se encerra na superficialidade de uma das commodities mundiais. A raiz desses conflitos é a relação de um mundo estruturado pelo capitalismo e os interesses que nele são criados e sustentados em detrimento de qualquer que seja o obstáculo.





Turismo

O Oriente Médio tem muitos lugares que ainda não foram totalmente explorados pelos ocidentais, e, por isso, causa grande curiosidade. Nos últimos anos alguns países têm se esforçado para transformar a região em um centro turístico. O importante é conquistar a confiança dos turistas que têm receio dos diversos conflitos que ocorrem e do fanatismo religioso em alguns países.
Países como Omã e Emirados Árabes Unidos possuem uma boa estrutura para oferecer aos viajantes. Esses dois países se destacam porque têm muito dinheiro proveniente do petróleo e também dos negócios estabelecidos em suas cidades. As mais visitadas são Mascate, Dubai e Abu Dabi. Para quem sai do Brasil, a viagem pode demorar até 20 horas por causa das conexões.
Israel também possui vários locais para a visitação turística. São diversos sítios arqueológicos e cidades históricas. Além disso, há ainda a visitação para localidades naturais como as Colinas de Gola, o Mar Morto, o Mar da Galileia e o Ein Avdat (um cânion). As principais cidades turísticas de Israel são:
·         Jerusalém: Cidade sagrada para três religiões e sua parte antiga e considerada Patrimônio Mundial pela UNESCO;
(ABU DHABI)

(DUBAI)

·         Nazaré: Cidade próxima ao Mar da Galileia, que possui uma grande importância religiosa;
·         Tel Aviv: É a cidade mais agitada de Israel;

·         Acre: Cidade que recebe peregrinações e é considerada Patrimônio pela UNESCO.

Religião


O islamismo foi fundado pelo profeta Maomé, no século VII, na Arábia. Essa religião pode ser encontrada em diversos países, mas o número de seguidores é maior no Oriente Médio e na África. A religião islâmica é monoteísta porque possui apenas um Deus, Alá. Os seguidores do islamismo seguem o Alcorão, o livro sagrado que contém as revelações recebidas por Maomé do anjo Gabriel.
Os muçulmanos, seguidores dessa religião, acreditam que há vida após a morte e em Juízo Final. Para eles, existem três locais sagrados. O primeiro é a cidade de Meca, local onde está situada a pedra negra. O segundo local é a cidade de Medina, onde foi construído por Maomé o primeiro templo (mesquita). A última localidade sagrada é Jerusalém, considerada a cidade onde o profeta foi para o céu ao encontro de Moisés e Jesus no Paraíso.

Nos países pertencentes ao Oriente Médio, há, ainda, milhões de cristãos pertencentes às igrejas árabes (copta ou maronita) e judeus que vivem principalmente em Israel.

Arte Islâmica

O Islamismo é a religião formulada por Maomé e que propagou-se a partir da Arábia desde o século VII. Apesar de considerada uma religião sincrética, formada a partir de elementos cristãos e judaícos, na verdade temos uma religião original, que procurou responder aos anceios dos povos daquela região, incorporando principalmete elementos da cultura dos povos beduínos e algumas característica de outras religiões. Na arte, percebemos tanto as influências dos povos pré islâmicos, como também de uma nova cultura, forjada com a construção de importantes dinastias, poderosas e vinculadas diretamente ao elemento religioso.

Os produção artesanal de tapetes é uma característica anterior a religião, enquanto a construção de grandes templos - Mesquitas - é posterior as conquistas justificadas pela fé.

TAPETES 




Tapete Persa


Os tapetes e tecidos desde sempre tiveram um papel muito importante na cultura e na religião islâmicas. Para começar, como povo nômade, esses eram os únicos materiais utilizados para decorar o interior das tendas. À medida que foram se tornando sedentários, as sedas, brocados e tapetes passaram a decorar palácios e castelos, além de cumprir uma função fundamental nas mesquitas, já que o muçulmano, ao rezar, não deve ficar em contato com a terra.
Diferentemente da tecedura dos tecidos, a do tapete constitui uma unidade em si mesma. Os fabricados antes do século XVI chamam-se arcaicos e possuem uma trama de 80 000 nós por metro quadrado. Os mais valiosos são de origem persa e têm 40 000 nós por decímetro quadrado. As oficinasmais importantes foram as de Shiraz, Tabriz e lsfahan, no Oriente, e Palermo, no Ocidente. Entre os desenhos mais dássicos estão os de utensílios, de motivos florais, de caça, com animais e plantas, e os geométricos, de decoração.




Tapete da Índia


ARQUITETURA

As mesquitas (locais de oração) foram construídas entre os séculos Vl e Vlll, seguindo o modelo da casa de Maomé em Medina: uma planta quadrangular, com um pátio voltado para o sul e duas galerias com teto de palha e colunas de tronco de palmeira. A área de oração era coberta, enquanto no pátio estavam as fontes para as abluções. A casa de Maomé era local de reuniões para oração, centro político, hospital e refúgio para os mais pobres.Essas funções foram herdadas por mesquitas e alguns edifícios públicos.




Mesquita Azul


No entanto, a arquitetura sagrada não manteve a simplicidade e a rusticidade dos materiais da casa do profeta, sendo exemplo disso as obras dos primeiros califas: Basora e Kufa, no lraque, a Cúpula da Roca, em Jerusalém, e a Grande Mesquita de Damasco. Contudo, persistiu a preocupação com a preservação de certas formas geométricas, como o quadrado e o cubo. O geômetra era tão importante quanto o arquiteto. Na realidade, era ele quem realmente projetava o edifício, enquanto o segundo controlava sua realização.
A cúpula de pendentes, que permite cobrir o quadrado com um círculo, foi um dos sistemas mais utilizados na construção de mesquitas, embora não tenha existido um modelo comum. As numerosas variações locais mantiveram a distribuiçào dos ambientes, mas nem sempre conservaram sua forma. As mesquitas transferiram depois parte de suas funções aos edifícios públicos: por exemplo, as escolas de teologia, semelhantes àquelas na forma. Aconstrução de palácios, castelos e demais edifícios públicos merece um capítulo à parte. 




Taj Mahal


As residências dos emires constituíram uma arquitetura de segunda classe em relação às mesquitas. Seus palácios eram planejados num estilo semelhante, pensados como um microcosmo e constituíam o hábitatprivativo do governante. Exemplo disso é o Alhambra, em Granada. De plantaquadrangular e cercado de muralhas sólidas, o palácio tinha aspecto defortaleza, embora se comunicasse com a mesquita por meio de pátios e jardins. O aposento mais importante era o diwan ou sala do trono.
Outra das construções mais originais e representativas do lslã foi o minarete, uma espécie de torre cilíndrica ou octogonal situada no exterior da mesquita a uma altura significativa, para que a voz do almuadem ou muezim pudesse chegar até todos os fiéis, convidando-os à oração. AGiralda, em Sevilha, era o antigo minarete da cidade. 
Outras construçõesrepresentativas foram os mausoléus ou monumentos funerários, semelhantes às mesqúitas na forma e deslinados a santos emártires.



Pátio dos Leões


PINTURA E GRÁFICA

As obras de pintura islâmica são representadas por afrescos e miniaturas. Das primeiras, muito poucas chegaram até nossos dias em bom estado de conservação. Elas eram geralmente usadas para decorar paredes de palácios ou de edifícios públicos e representavam oenas de caça e da vida cotidiana da corte. Seu estilo era semelharte ao da pintura helênica, embora, segundo o lugar, sofresse uma grande influência indiana, bizantina e indusive chinesa.




Ascensão de Maomé


A miniatura não foi usada, como no cristianismo, para ilustrar livros religiosos, mas sim nas publicações de divulgação cienfifica, para tornmr mais daro o texto, e nas literárias, para acompanhar a narração. O estilo era um tanto estático, esquematizado, muito parecido com o das miniaturas bizartinas, com fundo dourado e ausência de perspectiva. O Corão era decorado com figuras geométricas muito precisas, a fim de marcar a organização do texto, por exemplo, separando um capítulode outro.
Estreitamente ligada à pintura, encontra-se a arte dos mosaicistas. Ela foi herdada de Bizâncio e da Pérsia antiga, tornando-se lufma das disciplinas mais importantes na decoração de mesquitas e palácios, junto com a cerâmica. No iníçio, as representações eram completamente figurativas, semelhantes às antigas, mas paulatinamente foram se abstraindo, até setransformarem em folhas e flores misturadas com letras desenhadasartisticamente, o que é conhecido como arabesco.




Detalhe corão


Assim, complexos desenhos multicoloridos, calculados com base na simbologia numérica islâmica, cobriam as paredes intemas e externas dos edifícios, combinando com a decoração de gesso das cúpulas. Caligrafias de incrível preciosidade e formas geométricas multiplicadas até o infinito criaram supertcies de verdadeiro horror ao espaço vazio. A mesma funçãodesempenhava a cerâmica, mais utiiizada a partir do século Xll e que atingiu o esplendor na Espanha, onde foram criadas peças de uso cotidiano.

Culinária Árabe

Culinária árabe é um termo que define as diversas culinárias regionais existentes por todo o Mundo Árabe, do Iraque a Marrocos passando pelo Egito e pelos países do Levante, entre outros. Também foi influenciada pelas culinárias vizinhas, como da TurquiaPaquistãoIrã e Índia, além dos hábitos alimentares dos berberes e de outros povos e culturas que habitavam estas regiões antes do processo de arabização cultural empreendido pelos árabes durante a chamada expansão islâmica.
Originalmente, os árabes da península Arábica baseavam sua alimentação numa dieta de tâmarastrigocevadaarroz e carne, com pouca variedade e uma ênfase em produtos similares ao iogurte, como o labneh (لبنة). À medida que os povos semitas indígenas da península se expandiram pelo Oriente Médio e pelas regiões vizinhas, seus gostos e ingredientes também se alteraram.

Ingredientes dos árabes

  • Carne: carneiro e frango são as mais usadas. Também se consomem outros tipos de aves, carne bovina, carne de cabrito e de camelo e, nas áreas litorâneas, peixe. Carne de porco nunca é comida - para os árabes muçulmanos é tanto um tabu cultural quanto um alimento proibido pela lei islâmica. O mesmo não se aplica a árabes cristãos.
  • Laticínios: muito utilizados, especialmente as variedades do iogurte e o queijo branco. Manteiga e creme de leite também são utilizados sem cerimônia.
  • Ervas e especiarias: menta e tomilho (muitas vezes, numa mistura chamada de za'atar) estão sempre disponíveis e são usados com muita frequência; a quantidade e os tipos variam de região para região. Muitas das especiarias utilizadas na culinária árabe também são usadas na culinária indiana; isto é resultado de um comércio intenso ocorrido historicamente entre as duas regiões. Algumas das especiarias utilizadas são o gergelim, o açafrão, o açafrão-da-índia, o alho, o cominho, a canela e o sumagre. Uma mistura de especiarias muito comum é o baharat.
  • Bebidas: bebidas quentes são mais consumidas do que as frias; o café ocupa o topo da lista, especialmente nos países do golfo Pérsico, embora o chá seja servido na maioria dos países árabes. No Egito o chá é a bebida mais importante.
  • Grãos: o arroz é um alimento básico, usado para a maior parte dos pratos, e o trigo é a principal fonte usada nos pães, também muito consumidos. O bulgur e a semolina também são muito utilizados.
  • Legumes: as lentilhas são amplamente consumidas, juntamente com as favas e o grão-de-bico.
  • Frutas e outros vegetais: esta culinária também utiliza muito diversos vegetais, como por exemplo o pepino, a berinjela, a abobrinha, o quiabo, a cebola além de frutas, especialmente as cítricas. Estes vegetais costumam ser usados como temperos ou entradas. Azeitonas são importante na culinária árabe, juntamente com tâmaras, figos e romãs.
  • Nozes: pinhões, amêndoas e pistaches são muito consumidos.
  • Folhas verdes: a salsa e a hortelã são populares como temperos em diversos pratos, enquanto o espinafre e o córcoro(chamado de molokhia, em árabe) são usados noutros.
  • Molhos: os mais populares incluem diversas combinações de azeite, suco de limão, salsa, alho e tahini (pasta de gergelim). O labaneh, uma espécie de iogurte mais fino, costuma ser temperado com hortelã, cebola e alho, e servido como molho em diversos pratos.

 Receitas de Comida Árabe

Arroz Sírio
Prep time:  
Cook time:  
Total time:  
Ingredientes:
  • 1 xícara (chá) rasa de macarrãozinho tipo cabelo-de-anjo
  • 6 xícaras (chá) de água fervente
  • 2 xícaras (chá) de arroz
  • 3 colheres (sopa) cheias de manteiga
  • sal
Modo de Preparo:
  1. Lavar o arroz e deixar de molho na água fervente por cerca de 2 horas.
  2. Em uma panela colocar a manteiga para derreter enquanto isso escorra bem o arroz.
  3. Assim que a manteiga estiver derretida adicionar o macarrãozinho e deixar para dourar.
  4. Depois colocar junto o arroz e refogar todos os ingredientes juntos.
  5. Quando o arroz estiver bem refogado coloque água fervendo e sal de acordo com seu gosto.
  6. Deixar cozinhando no fogo mais baixo.
  7. Servir em seguida com o acompanhamento de sua preferência.
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Arroz com Frango Desfiado e Amêndoas


Prep time:  
Cook time:  
Total time:  
Ingredientes:
  • 2 cebolas médias picadas;
  • 1 colher de sopa de manteiga;
  • ¼ de xícara de snubar (se preferir);
  • 150 g de amêndoas torradas ou castanha de caju;
  • 1 frango com 2 kg, cortado nas juntas;
  • 2½ xícara de arroz escolhido, lavado e escorrido;
  • 250 g de patinho moído;
  • 1 colher de sopa de óleo;
  • 2 dentes de alho;
  • Sal e pimenta síria;
  • Pau de canela;
  • 1 limão.
Modo de Preparo:
  1. Em uma panela grande, coloque o frango, esfregue com o limão, adicione o alho, a cebola e a canela, cubra com água, adicione sal e pimenta síria;
  2. Cozinhe em fogo baixo até o frango ficar macio; tire o caldo, coe e reserve;
  3. Desfie o frango cozido e reserve em uma estufa ou um lugar quente;
  4. Frite o arroz em uma panela aquecida com óleo e manteiga;
  5. Adicione o patinho e frite até pegar cor;
  6. Despeje 5 xícaras do caldo do frango coado e prove o sal;
  7. Cozinhe tudo em fogo baixo até ficar mole, se preciso, despeje mais caldo;
  8. Despeje o arroz no refratário que irá servir, e cubra com o frango quente;
  9. Arrume as amêndoas por cima, salpique canela e pimenta síria;
  10. Sirva com coalhada árabe.




Danças Folclóricas Árabes


As Danças Folclóricas Árabes são típicas de diversa regiões do mundo árabe. Geralmente se originaram de situações cotidianas antigas, ou seja, nasceram no seio das manifestações sociais e culturais. De forma geral tinham estreita ligação com a natureza.

Possuem música, trajes e ritmos próprios para a sua execução e cabe a bailarina conhecê-los.

Khaleege


(Fernanda Almeida)


É uma dança folclórica que se originou no Golfo Pérsico (área da Península Arábica que envolve Bahrain, Emirados Árabes, Quatar, Arábia Saudita, Kwait, Oman).

É comum ainda hoje em muitos desses países, em festas familiares, cujas presenças são todas femininas, algumas mulheres se levantarem, vestirem suas túnicas e dançarem Khaleege.


O ritmo para esse tipo de dança é o Soudi. É dançada com um vestido (túnica) de tecido fino, todo bordado por cima da roupa de dança do ventre, no caso de uma apresentação. A túnica é chamada de Galabya.

A execução da dança traz uma simples marcação para os pés, que se mantém constante e presente todo o tempo. Além dessa marcação, há movimentos de cabeça (com destaque para os cabelos), de mãos, braços, e tronco. O quadril, ao contrário da dança do ventre, praticamente não se move.

Khaleege em árabe significa Golfo, e é uma dança também conhecida como Raks El Nacha´at.

Dança com Bengala e Bastão




(Carla Cecílio)



A Dança do Bastão é a versão feminina de uma dança masculina chamada Tahtib.


É conhecida também como Raks Al Assaya. É uma dança folclórica, alegre, mais graciosa que a masculina.

É geralmente dançada ao som do ritmo Said, podendo também ser dançada com os ritmos Baladi e Maqsoum. Said é o nome de uma região ao norte do Egito, local de onde se originou tal dança.

Movimentos delicados onde as mulheres apenas manejam o bastão demonstrando suas habilidades com o objeto, usando-o também como uma “moldura” para mostrar o corpo durante a execução de seus movimentos.


As mulheres demonstram toda sua habilidade girando o bastão de várias formas sempre com muito charme e delicadeza. Ao dançar, a bailarina demonstra destreza, equilíbrio e sensualidade, e sua expressão deve ser de alegria.

A vestimenta cobre o ventre, como um vestido, que pode ser de vários modelos, com abertura lateral, ou não, justo ou mais folgado, entre outros. Acessórios como xales, cintos, enfeites de cabeça, brincos de med

alhas são bem-vindos.

A curva da bengala deve estar geralmente pra baixo durante a dança. Mas também cabe lembrar que há bengalas sem essa curva, que se assemelham mais a um bastão. Qualquer um desses modelos é apropriado para dançar.

Dabke

(Grupo Makin Khalig)

Dabke é uma dança folclórica de muitas países árabes. Apesar de ser originalmente masculina, hoje em dia pode ser vista sendo dançada por toda a família.

Dançada em grupo, com pessoas de mãos dadas formando uma roda ou uma meia-lua.

Não há movimentos de braços e ou de quadril. A movimentação se restringe aos pés, que realizam uma variedade de batidas e passos no chão.

Os ritmos mais adequados são o Said e o Malfuf. A música é alegre, e quase sempre acompanhada de derbak e da flauta Mijwiz.

Assim como a música, a dança também é alegre, e quase sempre dançada pelos árabes quando presentes em uma festa.

Comumente vê-se este tipo de celebração no Brasil por ocasião de encontros de árabes em bares, restaurantes ou festas.

Por ser uma dança de fácil execução, é possível aprendê-la durante uma festa e participar da celebração do Dabke.

Tahtib

(Mariane Rodrigues e Eduardo Pellossi)